31.3.09

Standing still in your past

Por todas as paixões que ficaram esquecidas. Por todos os segredos de amor que guardamos. Por todos os dias passados no interior do nosso quarto, sozinhos, a pensar silenciosamente naquela pessoa. Por todos os ciúmes sentidos em segredo. Por todo o sofrimento romântico. Por todos os minutos à espera que algo aconteça. Por toda uma vida que passou diferente daquela que foi sonhada. Por todas as lágrimas feitas refém. Por todas as vezes que escondemos dores. Por todos os que nos amaram. Por todas as vontades que morreram sem terem tido oportunidade. Por todos os sentimentos recalcados. Por todo o amor que esperamos alcançar.

Por tudo o que nunca foi nem há-de ser…

29.3.09

Com um nó na garganta

assim se vê este filme.

Poderia ter sido uma história de amor, mas não foi. Sendo sim, uma história de sobrevivência.
A impressionante vida de Szpilman, chega-nos com cintilantes interpretações de Chopin.
Notas musicais essas, que nos momentos de demência ecoam na sua mente como um escudo contra a realidade em que se encontrava.
Passando fome, frio, humilhações. Fugindo constantemente e tendo perdido toda a sua família, consegue por fim, superar os horrores do Holocausto nazi.


[Szpilman is discovered by the Polish army, wearing the German dress coat given him by Capt. Hosenfeld]

Wladyslaw Szpilman: No. Please. I'm Polish. I'm not a German. Polish Soldier: Then why the fucking coat?

Wladyslaw Szpilman: I'm cold.

São vidas assim, que nos ensinam a sentir abençoados só por respirar.

nunca esqueçendo "Schindler's List"...

24.3.09


Teu só sossego aqui contigo ausente
Na casa que te veste à justa de paredes,
Tenho-te em móveis, nos perfumes, na semente
Dos cuidados que deixas ao partir,
A doce estância toda povoada
Dos mínimos sinais, dos sapatos de plinto
Que te elevam, Terpsícore ou Mnemósine,
Como uma estátua fiel ao labirinto.
Aqui, androceu da flor, o cálice abre aromas,
Farmácia chamo à tua colecção de vidros
Onde, à margem de planos e de somas,
Tenho remédio para os meus alvidros.
O chá é forte e adstringente,
O leite grosso sabe à ordenha,
E até nos quadros vive gente
À espera que a dona venha.
Porque tudo nos tectos é coroa,
No chão as traînes, os passinhos salpicados
Como o vento ainda longe de Lisboa
Escolheu a gaivota do balanço
Que no cais engolfado melhor voa:
Um vácuo, enfim, que o não será — tão logo
Chegues no ar medido e a aço propulso:
Por isso um pouco de fogo
Bate sanguíneo em meu pulso,
Pois o amor de quem espera
É uma graça a vencer.
Uma casa sem hera
É como gente sem viver.
José Robalo in Pedras e Orvalho

22.3.09

2ª via da morte anunciada


E sem aviso prévio já depois da morte anunciada, aparece com palavras caídas em domínio público, arriscando críticas do que entre oxímoros e presunções elitistas mais se poderão aproximar a mal-dizentes, mas como que a reiterar a promessa de não desaparecer, usa o pleonasmo com uma pitada de mau gosto em representação.

Recebo-o com um prolapso da válvula mitral ao constatar o caminho inóspito que dai advém, reajo com impulso de fera ferida ao mostrar que quem nasce torto, tarde ou nunca se endireita.

Todo o encanto do momento passado, com palavras envergonhadas e escondidas. De roupas espalhadas pelo chão como pequenas migalhas a marcar o caminho de passagem para outro mundo. Da repetição dos clichés que não o são. Das mãos de fada e olhares penetrantes. Da pausa de dois segundos e meio quando na despedida o lábio de baixo descai e fraco implora para ser beijado.
A troca de segredos e confissões, a cumplicidade já outrora partilhada, perdem todo o conteúdo.

Com a queda de toda a esperança acumulada, com a consciência que as vontades não podem ser impostas. Cresce dentro de mim a impotência das mãos atadas.

Chega 2ª via da morte anunciada.



20.3.09

heartbreak . heartbreak . heartbreak


Gostava de não ligar! Será que sou eu que dou todo este poder? Pior ser ignorada ou ignorar? Ser triste em falar ou ficar triste por guardar?
Infeliz com e infeliz sem?!
Gente estranha que me chama estranha. Ressinto. Não gosto. Surreal é a palavra-chave do segredo que todos sabem.
Devia a Lei de Talião ser permitida para resolver os assuntos do coração?
Será que é possível ter dias? Dias em que sim. Dias em que nem por isso. Dias em que tenho a certeza que não. Acreditar ou não eis a questão.

Pessoa. Pessoa que quero para mim como rebuçados para a boca. Agridoce quando se desfaz. Amarga quando subtilmente desaparece.
O abandono é muito feio. É mau. Deixa voltar o que queremos enviar.
Como a Caixa de Pandora aberta. Tudo sai sem destino. Sem uma ordem que faça sentido. Mas tudo vem do coração. Colado a fita-cola com a esperança que ficou para ultimo lugar. A esperança do novo imaculado.
A crença na descrença deixa o peito apertado.
E lá volto eu. Acredito ou não? Existe ou não?
O para sempre assusta de tão seguro que é. Mas que faz falta para dar um sentido, ao é que não é, mas que pode ser.
As mãos inquietas delatam o nervosismo em não ser capaz. Capaz de dar um grito. Questionar com um porquê.

Será trapaça? Será forma de causar reacção?
Arranjo muletas mas sinto-me ainda mais coxa. Vulnerável pela incapacidade de fazer entender. A importância. A subtil importância de ser e fazer a diferença no meio do banal. De chegar em primeira mão.
Tornasse urgente dizer. Gritar que fazes falta.


17.3.09

see . feel & learn




Wayne Westerberg: Outdoorsman. What's your fascination with all that stuff?

Christopher McCandless: I'm going to Alaska.

Wayne Westerberg: Alaska, Alaska? Or city Alaska? Because they do have markets in Alaska. The city of Alaska. Not in Alaska. In the city of Alaska, they have markets.

Christopher McCandless: No, man. Alaska, Alaska. I'm gonna be all the way out there, all the way fucking out there. Just on my own. You know, no fucking watch, no map, no axe, no nothing. No nothing. Just be out there. Just be out there in it. You know, big mountains, rivers, sky, game. Just be out there in it, you know? In the wild.

Wayne Westerberg: In the wild.

Christopher McCandless: Just wild!

Wayne Westerberg: Yeah. What are you doing when we're there? Now you're in the wild, what are we doing?

Christopher McCandless: You're just living, man. You're just there, in that moment, in that special place and time. Maybe when I get back, I can write a book about my travels.

Wayne Westerberg: Yeah. Why not?

Christopher McCandless: You know, about getting out of this sick society. Society!

Wayne Westerberg: [coughs] Society! Society!

Christopher McCandless: Society, man! You know, society! Cause, you know what I don't understand? I don't understand why people, why every fucking person is so bad to each other so fucking often. It doesn't make sense to me. Judgment. Control. All that, the whole spectrum. Well, it just...

Wayne Westerberg: What "people" we talking about?

Christopher McCandless: You know, parents, hypocrites, politicians, pricks.

Wayne Westerberg: [taps Chris' head] This is a mistake. It's a mistake to get too deep into all that kind of stuff. Alex, you're a hell of a young guy, a hell of a young guy. But I promise you this. You're a young guy! Can't be juggling blood and fire all the time!

Aventureiro heróico ou um idealista ingénuo?

Uma pessoa que tudo arriscava ou uma trágica figura que lutava com o precário balanço, entre homem e Natureza contra o materialismo da sociedade?

15.3.09

Desencontros




não ter morada

habitar

como um beijo

entre lábios

fingir-se ausente

e suspirar

( o meu corpo

não se reconhece na espera)

percorrer com um só gesto

o teu corpo

e beber toda a ternura

para refazer

o rosto em que desapareces

o abraço em que desobedeces

12.3.09

Algo para sentir

Confesso, não sei bem se foi o meu avô que mo deu ou se fui eu que me apoderei dele na minha adolescência tão inquieta e ávida de coisas belas. Apesar de com toda a certeza, na altura, nunca ter conseguido de facto entender a complexidade de suas palavras.
Hoje, volvidos tantos anos desde a última vez que o tinha folheado, eis que por várias razões dos 32 sonetos, este sussurrou-me ao ouvido.

Eu

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...

Sombra de névoa ténue e esvaecida,

E que o destino amargo, triste e forte,

Impele brutalmente para a morte!

Alma de luto sempre incompreendida! ...
Sou aquela que passa e ninguém vê ...
Sou a que chamam triste sem o ser ...
Sou a que chora sem saber porquê ...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,

Alguém que veio ao mundo pra me ver

E que nunca na vida me encontrou!


Não percebo de poesia, não sou uma entendida na forma como as frases sentidas se tornam técnicas gramaticais e são reconhecidas por nomes.
Mas sei ler, sei sentir e principalmente, sei reconhecer a sua dor, uma constante até à última página. Dedica-o àqueles que, como ela, também se sentem torturados, pois só esses poderão compreendê-lo, senti-lo de verdade.
Não é fácil compreender tamanhas sensações e sentir-lhes a beleza, mas ela está lá, num ponto que ultrapassa muitos de nós, pois como a própria poetisa escreveu: Ser Poeta é ser mais alto, é ser maior do que os homens!

Na contra capa deste Livro de Mágoas, está algo escrito a lápis que o tempo se encarregou de borrar… Fico curiosa.



Florbela Espanca in Livro de Mágoas

10.3.09

Tu, tal como o manjerico


A verdade é que sou rapariga de me alegrar com pouco.

O sabor a felicidade, vem com Samuel Úria e a sua barbarella a tocar numa rádio mal sintonizada e cheia de interferências.
Acarinhada, quando marco um encontro e enquanto me aproximo, vejo o sorriso na cara de quem me aguardava avançar para mim como que a dar-me as boas vindas.
Tráz-me um sorriso escondido, o barulho dum disco riscado e a agulha que teima em não avançar.
Um enorme prazer, quando acordo com os raios de sol a trespassarem-me as pálpebras. E uma eterna curiosa, quando quero saber o que está por detrás do manjerico e do seu cheiro somente obtido por toque.
O manjerico é a prova que, de facto, um pequeno gesto faz toda a diferença. E isso… faz-me sentir compreendida.

Talvez por me sentir contente, feliz com tão pouco. O tão pouco seja capaz de me magoar.

Hoje senti-me magoada.

Mas a ti que longe estás, de mim que aqui te espero, da minha boca terás sempre o sorriso de boas vindas. Terás sempre a mão que faz a agulha ultrapassar.
Serás sempre o Sol que não me aqueceu, mas que me disse bom dia num elevador lento para o 5º andar.
E acredito que a única pessoa que conheço, que saberá qual a explicação do facto do manjerico.

Tenho saudades das discussões debatidas e de aprender contigo. De querer saber mais por mim e para nós, através de ti. Dos almoços não treminados por enjoos provocados de informações utilmente dispensáveis. Tenho saudades de haver da tua parte, uma necessidade de me provocares uma reacção.

Tenho saudades de, além do manjerico, tu seres dos poucos me compreendiam.



9.3.09

As minhas pessoas

Há coisas que se aperfeiçoam com o tempo.
O respeito pelo outro, mesmo que o outro se situe nos nossos antípodas políticos e ideológicos. As horas de discussões duras. De tensões. De acusações mútuas.
Mas nunca, em nenhum momento, tive dúvida de que: aquela pessoa merecia o meu respeito por acreditar naquilo que defendia, apesar de eu achar que estava errada e de não desistir de lho provar.
A dinâmica que faz com que duas pessoas encontrem um elo, pode aparecer com diversas formas. As pessoas que atracam na nossa alma, não têm de ser, obrigatoriamente, as pessoas que compartilham os mesmos gostos e que nos dizem que sim, que compartilham os mesmos sonhos e desejam os mesmos objectivos. Para mim as pessoas mais interessantes, são as que me desafiam. Que se atrevem a cutucar as minhas convicções, as minhas objecções, os meus argumentos.
Essas sim. São as pessoas que quero manter na minha vida. As pessoas que realmente amo por serem tão verdadeiras.

Hoje um amigo disse-me o quanto sou indispensável para ele. Senti-me importante.
Estamos os dois lado a lado, mas vemos horizontes diferentes.
Não interessa, nada interessa a partir do momento em que mostras, que entre nós, no fundo, nada mudou.

Continuo preocupada no entanto, com uma amizade distante. Tenho lutado incessantemente com o meu jeito meio tosco para não a perder. Prezo-a demasiado para isso. Mas por outro lado, acho que os meus gestos não são acarinhados.
Vou voltar ao que fiz por algum tempo. Vou dar espaço, se sentir saudades da minha amizade. Voltará.


8.3.09

So close I could taste them...

Já ouvi dizer que é possível crescermos, amadurecermos. (Eu só nunca conheci ninguém que realmente tenha conseguido tal proeza).
Sem os nossos pais para nos definirem limites, os limites que nós traçamos para nós mesmos, são quebrados constantemente. Com o entusiasmo dum rufar de tambores. Sem dó nem piedade.
Só no depois, quando tornamos à realidade é que procuramos curas. Segredando aos amigos, fechando-nos em nós quando as coisas não nos correm como tínhamos pensado e procuramos conforto aonde não é possível encontrar. Contra toda a lógica, contra tudo o que a experiencia nos diz. Como as crianças.

Lembram-se de como era, quando em crianças acreditávamos em contos de fadas, vestidos brancos e príncipes encantados que nos carregariam ao colo para o seu castelo num lugar a salvo dos terríveis. Quando à noite chegávamos à cama e fechávamos os olhos com a certeza de que tudo o que sonhássemos se realizaria. Que o Pai Natal, que a Fada dos Dentes e o Príncipe Encantado, eram tão reais que quase os podíamos ver, sentir. Mas impreterivelmente acabamos por crescer, e um dia abrimos os olhos e descobrimos que nada disso existe.
Lidamos com tudo, arrumamos num canto e adaptamo-nos à nova realidade. Só que na verdade, existe sempre, dentro de cada um de nós, uma réstia, um fio de esperança, de fé, que um dia vamos abrir os nossos olhos… E voltar a acreditar.

Eu tenho dias em que quase consigo ver, sentir a Fada Madrinha.


5.3.09

Don't stop believing

I love Love . I love being in love . I don't care what it does to me...

amor

humor

loucura

não serão estes os ingredientes perfeitos?

4.3.09

Sexto sentido a apresentar problemas técnicos.



Já vos aconteceu acordarem de manha, com uma sensação de formigueiro no estômago da ansiedade de começar o dia? As mãos suam com a certeza de que hoje, vai ser um daqueles dias em que nada de mal pode acontecer. Que vamos conseguir chegar ao final do dia com todas as tarefas da agenda cumpridas?
Pois então, eu hoje acordei com essa sensação.
E qual não é o meu espanto quando…. Não consegui tratar ou fazer nada do que estava à espera!

Ora vejamos. Descobri que sou irritantemente saudável.
Na minha busca intensiva de despesas para apresentar para o IRS, os únicos recibos de farmácia que tenho, são os da pílula…
Nem uma gripe tive este ano??? Nem uma unha encravada???
A minha sorte, é que é o meu dady que me faz o IRS, porque ir pedir ajuda àquelas lojinhas para entregar talões de pílulas seria o cúmulo do ridículo!
Mas tudo bem, vamos rezar para que não tenha de pagar, se tiver, vou experimentar ir à Junta de Freguesia pedir um atestado de pobreza e sempre pago ás prestações. (Não quero quebrar esta nova bela tradição tuga).

Esta tarefa não correu bem. Mas não faz mal. A próxima vai correr melhor.

Vou tirar o cartão de Cidadão, afinal não quero ficar desactualizada em relação a estas modernices.
Só quando ia a sair da Loja do Cidadão (depois de quase 4 horas de espera…), é que me lembrei:
Olha que bom Guiga, agora quando fores para o bairro alto e puseres o smart card no bolso de trás das calças… Não só vais perder ou partir em dois: o Bilhete de Identidade como o Cartão de Contribuinte, o da Segurança Social e o de Utente do Serviço Nacional de Saúde.
Posso dar-me por contente em saber que o meu Cartão de Eleitor ainda está a salvo… (Por ora, não está incluído).

Não era mais prático e seguro porem-me o chip no lombo?

Afinal, parece que este dia não correu propriamente como esperado… Sou jovem, honesta, sou paga pelo meu trabalho: pago os meus impostos, as letras, os juros, da casa, dos móveis, dos livros empilhados uns em cima dos outros, dos discos, dos filmes, (que hei-de fazer? São as coisas que gosto.) E não consigo ter mais do que dois dias de tranquilidade???

Raios partam as sensações matinais! Acho que o meu sexto sentido está off.
A banda sonora escolhida para esta entrada, reflete unica e exclusivamente a sensação matinal!

3.3.09

Lucky me!

E não é que ainda havia uma réstia de magia de ontem no ar?
Com acanhadas coisas boas a acontecerem para me fazer confirmar que, sorrir e dar gargalhadas é a melhor poção para me sentir magra, com 1.83m, um Q.I. de 150 e uma Extravagante!

Hoje pode estar com o meu mano “espanhol” que já não via há tanto tempo... Deu-me um enorme prazer poder abraçar-te e saber de ti.
Os anos passam e a verdade é que se olharmos, olhos nos olhos, o tempo pode estagnar e com um pouco de sorte, por vezes, até nos faz reviver deliciosos flashbacks do passado.
Hoje senti-me menina de liceu, com toda a isenção de responsabilidade que esse estatuto trás. Apeteceu-me baldar à aula de francês e ir para o jardim ver as pessoas e o dia a passar.

Obrigada por me teres trazido umas horas de leveza.

E a levitar continuei, quando soltei uma gargalhada na rua por ser acusada de pedofilia!
Isto por uma grande grande Senhora de idade admirável , (nunca seria perdoada se aqui referisse numero).
Uma Senhora que me viu crescer e a quem eu chamo de Tia!
Tudo isto, devido aos carinhosos e afectuosos apalpões acompanhados de beijinhos repenicados com que faço questão de a presentear todos os dias.

A ingratidão é feia mas por vezes cómica…

A visita da mãe universo, que por muito que estejamos meses sem comunicações intergaláticas, continuamos a compartilhar a mesma orbita.

No entanto fiquei surpreendida, por saber que, o meu amigo que se encontra a viver em Parma, se embebeda “sozinho com embalagens Tetrapak tipo ucraniano”. Gostava de estar aí contigo neste momento duro. Nada melhor do que dividir uma embalagem de vinho rasca com uma chuva de winks!


Dance.Dance.Dance


Há dias assim. Tipo dias light. Dias em que não acontece nada de extraordinário, mas torna-se extraordinário não acontecer algo de menos bom para juntar à lista de acontecimentos catastróficos, não querendo com isto, torná-los num cataclismo emocional ou pessoal.
Mas como dizia, este dia aconteceu desta forma: Com pequenos prelimpimpins de coisas boas.

Como falar com alguém e dizer exactamente o que sempre se disse, mas desta vez com a certeza que a outra pessoa realmente estava a entender, e talvez o mais importante. Sentir. Gostei. Chamem-me lamechas ou crente sentimental.
Ou como, ver-me obrigada a actualizar a informação de amigos, neste caso, amiga grávida. Inês... mais um. Já tens a Lua quem sabe não vem por aí um Sol?


Hoje foi como se tivesse dançado pelo dia e chegado ao fim, sem dor nos pés. =)

1.3.09

Por agora, assim

Cerrada em mim, procuro por fim a tranquilidade. Possível de existir, impossível para mim, até agora, de alcançar.
Penso que, deixando de acreditar, deixo de sofrer, mas entendo que o tornar a minha alma e corpo frígidos ao mundo, não me vai trazer o conforto pretendido. Não me vai redireccionar ou redefinir caminhos mais felizes e menos revoltos. Talvez sim, para caminhos mais isolados.

Pensamentos antinómicos lutam por uma razão.

O meu credo é o amor. E com amor vou concluir o que me está traçado. Mesmo com este paradoxo do querer e não querer, do ser e não ser a viver dentro de mim, a alimentar-se da minha mais pequena fraqueza e insegurança.
Sei que gostaria de fazer uma mudança, uma mudança tão drástica que me desse o alento do novo. Que me desse o cheiro a estriar de algo maravilhoso.
Quero, preciso voltar a sentir o ar delicado para respirar, e não, ofegar. Temo que o ansiar, me bloqueie o que está para vir. Que só eu própria seja a culpada da minha privação de felicidade.

Do que quero e procuro, subtraio o que perdi pelo caminho, deixando assim, muito pouco pelo qual me agarrar.
Só as notas musicais acompanhadas por palavras com um sentido perfeito ao meu estado, me fazem a companhia perfeita. Este tem sido o meu refúgio do universo físico. As ondas de som amansam o meu ser. Hipnotizam as minhas dores e adormecem as saudades.

Eu e tu, na ausência do nós



A minha alma
Os meus pensamentos
Pulam pulam pulam
Sem destino
Num compasso descoordenado

Eu
As opções vêm em cores
Tu
Daltónica por sentir
Nós
Sem destino
Num compasso descoordenado

Ouço falar de ti
O coração desliga por segundos
Coro
E para atalhar a paz de espírito
Corro corro corro
Sem destino
Num compasso descoordenado