30.10.09

lisboa cheira a castanhas

... e eu hoje comi meia dúzia!

29.10.09

EU QUEROOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!




porque adoro maratonas visuais (julgo serem quase 7h de documentário). porque é intemporal e sempre actual. porque em catraia e sem qualquer explicação adorava os desenhos do Guillian. porque me fazem rir. porque é um item obrigatório.



hoje acordei assim.
com os lábios ainda fartos da cerveja de ontem
e estupidamente carentes dos teus.

28.10.09

A thousand butterflies, your lips to mine


esta é das boas.
combina com o sol que insiste
em não se esconder.
e dá vontade de dar beijinhos
e abracinhos na areia
e esperar pelas estrelas
sem nunca dizer adeus

27.10.09

para apontarem na agenda


5 dezembro - lux



16 de janeiro

place to be

hoje foi o segundo dia consecutivo que acordei ao som de nick drake.
é de rotinas destas que eu preciso, nem mais nem menos.


26.10.09


antes de saíres para o trabalho, arrumas à pressa o dia anterior
para debaixo da cama.
antes de saires para o trabalho
guardas o coração ainda adormecido
bem dentro do teu corpo
ainda adormecido

e esqueces essa canção que já não passa na rádio
mas que vive secretamente dentro de ti.
fechas a porta à chave com duas voltas e sais.


25.10.09

Escondi-te parte da verdade no meu pueril atrevimento,

as lágrimas não foram só por sentir Saramago,
foram por ti.
foram pelas saudades que tenho que tenho de ti.
por esta teimosia inexplicável
por esta estupidez que só me diminui.

não me deste os parabéns.
foste a única pessoa de quem senti falta.
que me fez correr para a caixa de e-mail
com a ilusão de te encontrar por lá
com palavras retóricas, sim
mas sempre cordiais,
sempre afáveis e reconfortantes.

mas não foi a falta de palavras que magoou.
foi o perceber que já não te lembras de mim.
que fui mal adjectiva e precocemente esquecida.
mal posta num saco qualquer, atirada para um canto como uma
velha boneca de trapos.

"porque é que escolhes sempre o caminho mais complicado?" - disseste tu.

pois sim, tentar compreender os outros, por vezes, pode ser complicado e trabalhoso. ignorar é muito mais fácil.

23.10.09



depois de ouvir um dito teólogo a tentar a todo o custo rebater qualquer argumentação do grande, mas muito humilde, saramago.
posso dizer que fiquei com uma dúvida:


sr. teólogo, se a bíblia é assim tão preenchida de figuras de estilo, raios!? como é que estão à espera que seja etendida pelo crente, um comum mortal?
a meu ver, a bíblia é o que lá está escrito (ponto!), caso contrário, fica restrita a um pequeno grupo de eruditos e críticos literários, certo?


este já cá canta!




22.10.09



sou pessoa. tenho coisas cá dentro! - já diz a outra.


Quarteto Moderno

Quarteto Moderno


se há coisa que eu gostava de ainda vir ao ouvir falar, e muito, era destes meninos que têm um gosto musical, a meu ver, simplesmente sublime. com todas as forças estão a tentar perpetuar grandes clássicos da música portuguesa.
tal como os Amália Hoje, e com isto, não quero comparar o plano musical, mas sim, a intenção - se me é permitido dizer. Eles dão cor ao monocromático, não deixando cair pelo caminho pitada do glamour dos velhos tempos, alcançando no conjunto musical e vocal, uma harmonia quase divinal, que nos faz cruzar o tradicional e o contemporâneo.

ar completamente refrescante para tempos tão musicalmente poluídos.

inconsulável, não há palavras...



já comecaram a divulgar o cartaz para o único festival em Lisboa que nos traz música da boa:

Patrick Watson

Little Joy -o novo projecto do baterista dos Strokes, Fabrizio Moretti.

Ebony Bones

The Legendary Tiger Man

Voxtrot

Beach House

Wave Machines


já não estarei por terras lusas.... estou de rastos!...


"A Zero em Comportamento em parceria com o Hong Kong Economic and Trade Office de Bruxelas, apresenta de 28 de Outubro a 1 de Novembro de 2009 no Cinema Londres, uma mostra dedicada ao cinema de Hong Kong.
A mostra tem como objectivo dar a conhecer uma selecção da melhor e mais recente cinematografia de Hong Kong. Serão exibidos sete filmes, que demonstram a diversidade e a vitalidade da produção cinematográfica contemporânea de Hong Kong."

Os filmes incluídos no programa são:
Sparrow de Johnnie To (realizador homenageado no IndieLisboa’08)
True Women for Sale, um melodrama de Herman Yau
Tactical Unit-Comrades in Arms, um filme de acção de Law Wing-Cheung (sequela de PTU de Johnnie To)
High Noon, um drama adolescente Heiward Mak
Once Upon a Time in China, a célebre trilogia de Tsui Hark a quem prestamos uma homenagem

Programação

fonte: e-mail IndieLisboa

20.10.09

Doclisboa 2009


Com tanta locomoção à minha volta e com o desassossego em que me encontro derivado à minha ida para Londres, quase me escapava evidenciar a obrigatoriedade que se impõe em desfrutar da extensa variedade da programação do Doclisboa 2009.

Com 200 filmes a serem exibidos por várias salas de cinema lisboetas, confesso, que me captaram a atenção os trabalhos: Escrever, Escrever, Escrever; Hasta La Vitoria; Poussieres D’Amour – um dos preferidos do falecido erudito, João Bérnard da Costa; La Danse-Ballet de l’Opera de Paris e o trabalho colectivo Loin Du Vietnam de Jean-Luc Godard, Alain Renais e a Àgnes Varda, já nossa conhecida com as suas praias - documentário que ainda se encontra em exibição. Posso adiantar para quem ainda não viu, que é daqueles trabalhos de um egocentrismo puro mas do qual se tem de gostar, por se sentir que é feito pelo amor à arte, ao cinema.

Nesta vasta programação, vamos ter também actividades paralelas como: Masterclasses com Gianfranco Rosi, Petr Lom e o grande Jonas Mekas, o próprio. O homem que é simplesmente considerado o pai do cinema de vanguarda.
O litiuano, alcançou a sua imortalidade quando revolucionou o cinema underground nova-iorquino na década de 60, com as obras: Andy Warhol, Alan Ginsberg, John Lennon e Yoko Ono e Salvador Dali.
Neste Doclisboa, Mekas, vai também apresentar o seu mais recente trabalho, An American Film Director At Work: Martin Scorcese.

Vão também realiza-se Workshop de realização, colóquios, forum debates, vidioteca e After Docs no Cinema São Jorge. É de destacar no dia 23, o concerto dos Algazarra Balcânica acompanhados pelos nossos maravilhosos Kumpania Algazarra – e assim, fica desvendado o mistério do porquê de não ir ver o meu nomada baladeiro. É que afinal, vou pular até se acabarem as pilhas! Lá vou estar eu, durante uma semana ou mais, com fortes dores musculares de forma a lembrar esta farra, à partida garantida.

os Reis nas 5 ás 5 e agora

em PRIMEIRO LUGAR DO TOP INGLÊS.





... por cá temos Tony Carreira numa subida galupante, enquanto o meu bom gosto se afronta, e luta contra uma queda vertiginosa.

e eu mais uma vez penso. epah, que bom que vou para Londres!

a menina pode não ser dotada de uma excelente voz, mas também não é de se bradar aos céus. a verdade, é que há qualquer coisa nela que nos prende e nos arrasta quando a ouvimos.
não sei se devido ao excelente gosto musical, visto que nomes como Tom Waits e Jeff Buckley estiveram presentes nos covers do seu primeiro albúm. ou se por agora andar de mãos dadas com o Pete Yorn com o qual até chega a dividir cama, como podemos ver.

resumindo, a miúda anda sempre muito bem acompanhada.



19.10.09

recomposta do choque e como a vida não pára, as decisões tomadas começam a ganhar forma...

SIM, TOMEI. SEM DÚVIDA ALGUMA!

16.10.09

o sono tarda.
elas andam aí, soltas e à deriva, completamente desenfreadas. já não me dão qualquer consolo por esta altura. opto por escrever. assim quase controlo. uma ideia seguida da outra.
pensamentos doseados à gota. um de cada vez.
os tios, logo os dois. ao par. foram para não mais voltar. gostava de ser impermeável à tristeza. ao choque.
não há fim não há fim não há fim. with no ruby shoes bato os calcanhares e cerro os olhos. não há fim não há fim não há fim. mas elas insistem. descontroladas. sem antevisão para se esgotarem.
o choque desse choque sem previsão que os levou e as minhas coordenadas prestes a mudarem. mais uma gota. Latitude 52ºN. Longitude 0ºN.
0ºN parece-me um bom agoiro. hoje tudo está perto. amanhã continuará perto. e depois, e no dia seguinte. e sempre. assim que o ar faltar posso sempre voltar. sem pânico. estou a 0ºN de longitude e a três toques de calcanhares.


apaziguado seja o que se entrega aos enganos.
o coração súplica um armistício e a escrita emudece o que só os elas conseguiram gritar.

o cansaço vence.

15.10.09

hoje acordei com esta.


14.10.09

onde eu não vou estar...


"A primeira parte da aguardada actuação de John Vanderslice no Santiago Alquimista, dia 23 de Outubro, vai ficar a cargo do nómada baladeiro, Samuel Úria."



um grandessíssimo

FUCK!

fonte: e-mail everything is new

13.10.09

(...)


Clementine: Was it something I said?
Joel: Yeah, you said "so go." With such disdain, you know?
Clementine:Oh, I'm sorry.
Joel: It's okay.
[Walking Out]
Clementine: Joely? What if you stayed this time?
Joel: I walked out the door. There's no memory left.
Clementine: Come back and make up a good-bye at least. Let's pretend we had one.
[Joel comes back]
Clementine: Bye Joel.
Joel: I love you...
Clementine: Meet me... in Montauk...



How happy is the blameless vestal's lot!
The world forgetting, by the world forgot
Eternal sunshine of the spotless mind!
Each pray'r accepted, and each wish resign'd.

Alexander Pope's poem "Eloisa to Abelard"

contagem decrescente

dia 15, Lux




o coração, se pudesse pensar, pararia
Fernando Pessoa

12.10.09

feliz, mas com um ligeiro trago a óleo de figado de bacalhau na boca

fui encomendar a minha máquina polaroid – ou melhor, fuji. visto que já não se fabricam as originais.
e lá vinha eu, toda contente com um sorriso meio parvo mas em riste e talvez um pouco exibicionista, quando vejo um sem-abrigo a comer restos dum caixote de lixo. não conseguindo ficar indiferente e como tinha um croissan na mala para o lanche, aproximei-me e perguntei:

posso oferecer-lhe este croissan que não me apetece comer?

não. Dê a quem precisa mais. eu já estou servido.

fiquei atónita e confusa. e mais uma vez, veio-me à cabeça a curta da Claudia Varejão – Falta-me.

...

está provado. Assim que uma mulher se irrita, o verniz estala. vai literalmente pelos ares. logo hoje que o meu vermelho-amor-paixão-desejo-loucura-pirata das unhas estava tão bonito.

disse. está dito, e sem pingo de arrependimento.
pode ser que seja desta que as pontas deixam de estar soltas e desenfreadas. e que o álcool deixe de servir de desculpa para a falta de carácter.

11.10.09




i figured
one day
i'd just wake up
and find out
what the hell yesterday
was all about.
i'm not
too keen on thinkin' about
tommorow.
and today's slipping by.

10.10.09

Très Bon


neste mês de Outubro, os holofotes estão virados para a

20 curtas-metragens em antestreia nacional, longas-metragens, uma exposição de fotografia, concertos, a passagem de quatro curtas na RTP, matinés na Cinemateca e o diabo a sete.

je ne parle pas français
But so far So good

9.10.09

a solidão de manhã é ouro
à tarde prata


à noite,
mata

7.10.09



Come on baby play me something like
Here comes the sun

6.10.09

devo ter deixado
uma ponta solta.
não fechei bem.
não tranquei
a sete chaves.
e por isso o passado
insiste em
vir ter comigo.
insiste
em não ser
passado,
dando luta.
não querendo
desaparecer.
não há modo de se
deixar ficar por lá,
arrumado e
escondido.
não
com isto,
que tenha sentido.
não senti.
ou o que senti
nada fez sentir.
mas desconjunta,
desmancha e
distorce a realidade
isso não é bom.
nunca é bom.
a realidade destorcida,
por assim dizer.

deves andar a comer lençois,
eu já te disse que os lençois
não são para comer.



a chuva

resolveu

dar tréguas

mas

as lágrimas

insistem

em

cair

.

5.10.09

quase 31

hoje foi dia de arrumações. para a direita o que é à direita. para a esquerda o que lá pertence. e sem demoras para o fundo do baú, o que já lá devia ter sido arrumado faz muito tempo. tempo demais. chega de palavras mansas, suplicadas e perdidas. chega de tentativas que perdem o rumo por falta de quem as queira receber.
fechar o barraco e correr as cortinas, de vez. o ciclo agora já sem retorno, diz adeus.

parem lágrimas que para nada servem. parem loopings emocionais que só deixam em pura náusea o que ainda resta.
a realidade prega rasteiras que fazem esfolar joelhos. cotovelos doridos. dedos cautelosos e coração já em farrapos, sem dó nem piedade.

e a maldade humana que não é assimilada de vez! que não ganha lugar nesta consciência e assim cria imunidade nesta carcaça que luta contra a inocência que ainda se faz sentir, isto, apesar da contagem decrescente para mais um cálculo de matemática da vida. as primaveras. que se contam e recontam e obrigam a um rescaldo. a um balanço do que se tem e do que não se tem. tão cruel quanto isso. os anos que passam e que não há maneira de trazerem o que outrora foi dado como garantido nos planos a longo prazo.

quase trinta e um.

trinta e um anos de possibilidades. de hipóteses. algumas agarradas, outras perdidas ou nem reconhecidas. serei um fracasso? terei fracassado? dúvidas e mais dúvidas de uma mente confusa e de um coração que já mal bate.
fraca.
fraquinha.
fraquíssima.
a maldade humana alimentasse disso. da fraqueza. e principalmente da franqueza com que é dito. a verdade choca. causa repúdio aos que têm dificuldades em lidar com ela. aos que se acham mais e melhores do que sentimentos que deixam a vulnerabilidade a pairar no ar. os muitos que se acham fortes e impenetráveis a carências e agem com uma arrogância que só essa passividade sentimental lhes traz. mas por outro lado é de supor que quem age assim, é porque também tem uma ferida escancarada que teima em não cicatrizar.
dá que pensar, não dá?
cada um resguarda-se do Mundo como melhor sabe. não aponto o dedo. não apontar o dedo foi uma lição que aprendi ao longo destes quase trinta e um. mas confesso que essa arrogância, subtil, mas presente neste meu estado de espírito que não sossega, revolta.
revolta este estado que tem sempre o impulso, de dizer, de gritar para não se calar. para não aceitar, inerte e permissivo.

já disse que estou quase a fazer trinta e um?

bem, vou arrumar tudo bem arrumadinho na gaveta que fica por detrás daquela que nunca abro. vou esconder tudo lá no fundo para não voltar a lidar. é isso que vou fazer. em vez tentar resolver o que não tem solução. vou esconder para esquecer.
longe da vista longe do coração.
olhos que não vêem, coração que não sente. os ditados populares têm sempre razão.

o povo sabe o que diz e hoje está a chover.

o sr. mexia é que sabe

Eu devia ter tido mais juízo

(...)

"I Should Have Known Better" (Jim Diamond) é a mentalidade masculina em quatro minutos e 12 segundos. Ele traiu a mulher que, segundo diz, amava. E no entanto, tirando as lágrimas e as desculpas, ainda diz asneiras e mais asneiras. Coisas como «dei umas voltas» (o indispensável eufemismo sexual). Coisas como «pensei que percebias» (pensei que percebias que os homens são inevitavelmente infiéis, vem nos genes e tal). Coisas como «não devia ter mentido a alguém tão bonito» (se ela fosse um trambolho não havia mal). Coisas como «agora és tu que me magoas» (como se virar costas a quem nos traiu fosse tão mau como trair alguém).
Dá ideia que o «eu devia ter sido mais sensato» do título não é arrependimento honesto: é apenas um fulano em estado de necessidade. Um fulano que não ganhou um pingo de maturidade com a experiência.
Quando eu era puto, em 1984, ouvia esta canção e tinha pena dele. Queria que ela voltasse.
Hoje ouço de novo e acho que ele foi um canalha. E não quero que ela volte. Quando era puto, achei que ele soltava aquele estranho «ai ai ai», como em português fazemos quando nos magoamos. Hoje, sei que ele diz «eu eu eu», como um homem patético. Passe a redundância.

Pedro Mexia in Nada de Melancolia
heartache and good intentions




a vida é hostil logo pela manhã
pedro paixão

2.10.09

porra, é mesmo bom este som!