28.2.11

absens heres non erit


dei-lhe um pontapé na canela e enquanto ela se baixava para agarrar a sua dor, empurrei-a e obriguei-a a estatelar-se no chão. espatifou-se toda ali. bem perante os meus olhos. submissa nem ripostou. acredito que o cansaço a venceu e farta das mesmas estória de sempre sucumbiu apressadamente mas por misericórdia própria. julgo que começou a ser exaustivo, dia após dia, sempre a mais cruel das deslealdades e falta de rigor. um espelho com vontade própria. só reflectia o que lhe apetecia. algo que se julgava passageiro estava com vontade de virar hábito. como se fosse possível alguém antes de se atirar para o mundo lá fora, pegar nas chaves e na mala e coabitar o resto do dia com aquele último vislumbre; o reflexo de todos os monstros que habitam a carcaça que lhes serve de covil, ao invés, da imagem nítida dum corpo leve como se estava à espera. desde amores embalsamados a desapontamentos ainda em decomposição. todas as imperfeições a descoberto.
daí a violência. foi um caso de autodefesa e foi a minha auto-estima quem atacou.

14.2.11

dia de apartheid sentimental.



e assim sempre evito afogar-me em self-pity.

9.2.11



ela:
aquele blog anda quase ao abandono.
já teve melhores dias.

eu:
sim, tens razão.
desculpa.
é que não tenho tido tempo para ser infeliz.

7.2.11


a facção esquerda foi bem convincente no moxe de capitão fantasma, ou não fosse um concerto de capitão fantasma. todo o meu lado esquerdo ficou dorido. braço, ombro, perna, aortas, ventríloquos, tudo.




photos.by.mighell.cardozo
não sei quem era a caramela de boina vermelha que foi para cima do palco no final do concerto. mas também, mais groupie menos groupie que se lixe. foi um concerto do car%&$.

4.2.11

hoje a festa vai ser por aqui.


3.2.11

maria schneider
1952-2011


solidões interligadas. a indefinida existencialidade e a cúmplicidade, a cima de tudo. que cresce e aumenta mesmo na ausência de nomes e hitórias dum passado que em nada importa. há quem diga que é apenas uma existência de caráter sexual e perverso. não concordo. afinal viver de desejo é somente um sensual tratado sobre a incomunicabilidade onde a energia sexual pulsa a cada toque.

não sei se admirei mais a ele do que a ela. mas foi assim que a conheci.


beauty of mine, sit before me. let me peruse you and remember you... always like this

2.2.11

os meus crushes e platonices, esses, deixei-os todos em 2010. foi o mais próximo de resolução que fiz. vá, se calhar cedo perante um ou outro defunto. por exemplo, a música deixa-me fácil. tão fácil que até enjoo. sou o meu próprio rastilho.




um fim é sempre um fim, mesmo que seja o ínicio de outra coisa qualquer.