30.5.11



quantos de nós já batemos com a porta e depois voltámos atrás. porque nos esquecemos das chaves do telemóvel do coração. dissemos adeus, vezes sem conta e a querer perder de memória quando na verdade só queríamos pedir o abraço que trava a fúria e as palavras sentidas que provocam absolvições. dizemos adeus porque é mais fácil. porque a cabeça está quente e o coração frio. dissemos adeus porque um peito rancoroso é pior que uma boca desbocada.

21.5.11

falhou-me tudo, até a respiração.

10.5.11

ou fujo à regra ou sou um íman (com gost) de queixas e sofrimentos alheios. é um toma lá-dá cá. esvazia o teu copo rachado um bocadinho enquanto encho o meu. balança as tuas dores. amanha faremos o inverso. assim não transborda.


8.5.11

she waits her turn.
she waits her time.



o importante é sermos perspicazes e não desprezarmos um par de cartas baixas, que um full-house constrói-se carta a carta e uma casa cheia grão a grão.

4.5.11

yumurt (ovo, 2007). sut (leite,2008). bal (mel, 2010).
são os títulos que constroem a trilogia autobiográfica, realizada por semih kaplanoglu.



este é um filme que obriga ao exercício sensitivo.
inteiramente filmado a luz natural, por vezes, a tela, deixa de ser o centro das atenções e, preterida, passa o testemunho à voz paternal sussurrada que nos leva a bosques e a colmeias e ao mel com poderes curativos para males e maleitas e à estória do petit apprenti e de uma clarividência mascarada de sonho.

uma vida fraccionada, contada ao avesso da ordem natural cronológica que nos oferece um final de oximoros prontos a serem dissecados pelo espectador.