30.11.09

estou a precisar de calar esta saudade sem razao.



28.11.09

DE REPENTE do riso fez-se o pranto

silencioso e branco como a bruma

e das bocas unidas fez-se a espuma

e das mãos espalmadas fez-se o espanto.

de repente da calma fez-se o vento

que dos olhos desfez a ultima chama

e da paixão fez-se o pressentimento

e do momento imóvel fez-se o drama.

de repente, não mais que de repente

fez-se de triste o que se fez amante

e de sozinho o que se fez contente

fez-se do amigo próximo o distante

fez-se da vida uma aventura errante

de repente, não mais do que de repente

vinicius de moraes in "o operário em construção e outros poemas"


first aid kit
silêncio. cama. escuro. olhos fechados. veludo negro

depois da mudança de código postal e de tudo e mais alguma coisa. Depois dos amuos que nem gente grande, de lágrimas secas por lenços de papel já meios desfeitos com cheiro a mentol e depois de ter deixado de ouvir o coração bater por alguns segundos com a emoção do cheiro a novo no meio da pequenez do desconhecido. e depois de noites monocromáticas para controlar a ansiedade e agora a saudade, essa, que nunca acaba e só cresce a torto e a direito.
resolvi vir aqui espreitar este tasco com tendências suicidas mas que teimoso se vai arrastando já sem escalpe (e lembrei-me dos basterds). que nem mesmo estando meio roto e esburacado por ausências e mais ausências que resfriam o sangue mas não o param, lá vai resistindo com curtos mas incessantes batimentos cardíacos.

os serões de agora, esses, tapados a manta com gosto a melhor reencontro do ano, são apreciados com preceito e a rigor. fragmentos refrescantes e dignos de apontamento para a rotina que antes se acreditava chata e sem tempero, e que agora é tão apetecida pela pontuação encontrada no seguro.

arrecadasse até agora, o princípio do Mundo e o fim da ingenuidade - até mais ver.


2.11.09





e agora vou chorar um bocadinho, só porque dizem que faz bem...

1.11.09

So let your hips do the talking


o meu último concerto em Portugal...

1950-2009


"Ainda ontem pensei: em 2008 faço 40 anos de rádio. Já não é o bichinho da rádio que morde, já sou eu que sou o bicho da rádio!"

António Sergio em entrevista dada ao Blitz em Outubro de 2007