3.8.09

é urgente aquilo que sai em sílabas dispersas desorganizadas espalhadas no chão numa madrugada de coração na mão porque o peito abriu de vez é urgente dize-lo de olhos fechados semi-cerrados a meia haste cheios húmidos a pestanejar com um olhar que antes se cruzava e agora se aprofunda e se conhece é urgente a repetição de clichés que não o são a reiterar e a dar pontuação à segurança que tarda mas que caminha e à crença no timbre que me habitua é urgente deixar que ele tome as rédeas porque ele sabe é urgente o J.Backley inteiro num era uma vez já outrora mil vezes idealizado e o Grey num final espiritual apoteótico de quem se quer é urgente perder a conta às pestanas porque a boca distrai os olhos é urgente a reciprocidade as duas palmas os passos que imitam as neuras que se cruzam é urgente o riso de coração de prolapso ansioso infantil quando as palavras parecem fugir é urgente o lacre partido em dois e o copo meio cheio a substituir o vazio é urgente os pacotes de açúcar que começam fábulas do serão passado e adoçam o dia é urgente as mãos de fada que não se cansam e teimam é urgente o abraço que envolve porque o medo já vai longe e é urgente a métrica das bocas viciadas sem fim à vista é urgente passar do punk à poesia de algibeira é urgente o último olhar lançado naquelas escadas que agora são só tuas é urgente sentir que me procuras é urgente