7.1.10

a prova que a distância não importa para me tirares o chão ainda no início deste ano zero chega com as tuas palavras. agora, com a certeza a bater-me à porta. insistente. muito segura de si de que é possível os sonhos se materializarem. mais uma vez. porque a data está marcada e a respiração fica adiada até tu chegares. dezasseis de fevereiro vai ser o dia em que o meu coração vai voltar a bater ao mesmo ritmo do teu. a um compasso induzido pelo teu. um dezasseis de fevereiro que se aproxima e que vai ser só nosso. só meu e teu. sem o gosto a amargo da demora e da esperança que já tinha sido dada como inútil e até mesmo com a noção do efémero agarrada à pele que grita para se acordar a tempo de te acolher. e só contigo ela treme. porque só contigo sente o sangue a correr por pólvora e paixão e paz da verdadeira que se aperta na mão que se fecha com força para não deixar fugir. as mesmas mãos que se cruzaram e se confundiram numa noite chuvosa em que me falaste em sonhos e que me fizeste renascer só para te amar. uma noite em que as palavras pareciam foguetes que desapareciam no espaço porque só o teu calor e a profundidade que nos meus olhos vive se afirmaram. sem regra. sem como nem porquê. numa noite em que o pé ficou descalço preso a uma corda vermelha.


hoje seria capaz de convencer a v.woolf a não se entregar ao rio que a levou tirando-lhe as pedras do bolso e dando-lhe razões para ficar.
uma a uma.