29.8.10




quando a linguagem fica querida e
perde a cor e
se move em slow motion e
anda no sentido contrário
já com os olhos a meia haste e
as palavras queimam os lábios e
o orgulho se dissolve
só resta agarrar a paz
a força
as certezas e
consentir que a pele respire e
que o peito encha e
que o coração volte a bater e
que as sobras deixem de sobrar
somente por saber que
o futuro mora
nas promessas por realizar