24.2.10


eu:
aos trinta e um aparece a certeza de que: a amizade entre um homem e uma mulher só é possível até por volta dos seis. até ao fatídico momento em que surge a afirmação atrevida: mostro-te o meu se tu me deixares ver a tua - ou vice-versa.
é o fim já ingenuidade e o início dum mundo de perguntas com segundo sentido.

voz discordante:

felizmente este nosso mundo é feito de irregularidades e antagonismos e é isso que faz com que qualquer generalização focando atitudes e comportamentos dos seres humanos seja sempre altamente imprecisa e até muitas vezes errada. logo, nem todos os homens e nem todas as mulheres cultivam amizades com fins secundários, do genero plantar uma laranjeira para colher pepitas de ouro. por isso acredito firmemente que há sempre muitas excepções a essa regra.

eu:
concordo discordando. de facto os rotúlos generalistas nunca foram justos. no entanto bato o pé e reitero a ideia de que se não aos olhos de quem pergunta se aos olhos de quem responde ou aos olhos de terceiros... a amizade entre um homem e uma mulher é sempre composta duma dualidade por vezes desconcertante.