20.2.10

trevor brown


é preciso uma noite fria regada a vermelho-rubi para finalmente concluir porque escrevo. escrevo porque gosto de palavras. das palavras. escrevo porque lhes quero dar uso. vicío-me nelas.
é o sentir que num lugar sem cara posso ficar nua. despida de fachadas. sem os medos que me puxam para trás e me arrastam me esfolam. podendo ser eu sem ser outra. agarrando cada impulso que tenha para me purgar. me de expor por querer por opção e tornar públicas as minhas paixões. do qual sou feita. ponto por ponto. pausa por pausa.
pergunto-me se terei maturidade suficiente para ter um espaço público. mas logo de seguida acredito que é isso que o torna especial. esta exposição imatura-mundana. sem pudores e visceral e que burro de crente o torna pessoal e intransmissível. só meu. eu. virada ao avesso. de lacre partido