22.5.10

talvez os meninos tenham razão. talvez o amor seja só para fools. talvez o coração seja a ovelha negra que obriga a razão a ficar parada sem conseguir andar para a frente. quando as memórias são inimigas da cura após a desilusão ter chegado de surpresa, ou não. de que vale o querer. o amar com tanta verdade e intensidade e certeza e vontade de entregar a felicidade e nada menos do que isso. de aceitar que o pé ficou descalço. que insiste em não descolar e cair para se deixar perder mesmo depois de lhe terem virado a cara com um desprezo que dói de tão factual que é. foda-se o amor só pode ser para fools. – e só não coloco um ponto de exclamação porque aprendi que é para quem prefere o espalhafato à objectividade. - para quê perpetuar palavras que serão lidas como estilhaços cronologicamente arrumados. o amor é para fools. e vou dizê-lo quantas vezes forem precisas até acreditar. as desculpas atrás de desculpas e mais as dúvidas estupidamente justificadas que morram para não lembrar a valsa que fica por dançar. dos dedos que ficam por se entrelaçar. e da nossa corda-vermelha pelos ares.

a boca secou o corpo atrofiou e o coração ficou senil. tudo isto porque não sabia que o amor era para fools.