19.3.10



- Alto aí! Corta!
Malta! Vamos passar curtas! Chega de Inverno! Chega de fazer cova no sofá!
Uma mão de cada lado do gerador, lençol às costas e outros dois levam a munição sonora.
O MAL aproveita a primeira aberta e faz-se à estrada! Que saudade de sentir a rua. A Rua é nossa! Renasce a tradição de aldeia do cinema piolho, das travessuras e das vontades. Vamos explorar a cidade bem no meio, onde moram os cinemas silenciados pelo tempo. Exibimos as películas de novos talentos do panorama enriquecido do cinema português e revivemos a cidade lá onde os nossos pais, nossos avós e bisavós sacudiam a ansiedade de ver cinema.
Existem em Lisboa centenas de salas de espectáculo encerradas.
Salas que noutro tempo faziam reluzir os olhos em cada qual, salas que construíram imaginários e impulsionaram a criatividade, o gozo, o sorriso, a troça, a lágrima e o choque ou até a indiferença… Em muitos casos a culpa do entaipamento de portas estava no negócio que mudava, na má sorte, em deus quem sabe e pouco interessa aqui vasculhar essa perspectiva. O que interessa é lembrar que estas casas de fazer cóltura, de fazer a convivência, de fazer imaginar e até amar a vida e a cidade são hoje fontes entupidas pela vontade de nada fazer, de mudar. Locais ricos, sítios de culto, votados ao desperdício. E como desperdiçar é proibido em tempos de PEC, o MAL exulta o libertário e também o dandy que existe em ti a combater esse desperdício de património urbano inqualificável!

O MAL vai à rua, na busca dessas fachadas, e convida os mais audazes a percorrer numa noite estes locais entaipados da cidade, lá bem no centro, marcamos encontro para dia 27 de Março. Das 21horas às 01 horas visitaremos quatro cinemas abandonados ou transformados para exibir nas suas fachadas conteúdos originais de novos talentos do cinema de Lisboa. Fica atento à próxima newsletter que desvendará programa, horas e locais.
Desperdiçar património desta maneira, mais do que ignorância é crime público!

fonte: e-mail MAL