6.10.10

ora,

que este é um blog por vezes moribundo de atenção e
com tendências suicidas já se sabia.
que entre ausências e mais ausências
e outra vez as ausências
lá vai sobrevivendo
com curtos e arrastados batimentos cardíacos,
também.
e mesmo assim,
sem carne nem osso,
consegue agarrar a esperança pelos cornos e aguardar salvação
na tintura de iodo e mezinhas e poções.
afinal não se quer fugir ao hábito,
é como a marcha dos pinguins-imperador

não param e são inatas de tão bonitas.
agora, daqui, pouco ou nada se aproveita,

isso eu sei.
lá fora é o regresso da chuva,
dos casacos pesados que atrapalham,
dos guarda-chuvas às bolas
das franjas desalinhadas
da cafeína a mais
e calma a menos.
diminui o saldo bancário
mas aumenta a cinefilia por estas bandas.
no sofá, vai-se de jean-luc godard com éloge de lámour
a fernando lopes e o seu filme sobre a pina bausch.
de poesias do pessoa

à morte melancólica do rapaz ostra & outras estórias do burton.
com bilhete previamente comprado
e encontro marcado com brillante mendoza e a sua lola
obrigo-me a intervalar tudo isto com um pulo até ao europa
e um eléctrico chamado desejo no maria matos.
tindersticks
tindersticks
tindersticks
oh deus, até tremo só de pensar.
já para não falar do bicarbonato que se tornou vicio,
mas disso não se fala porque é segredo
e do gosto em falar com um desconhecido também não, isso não.
de repente vem-me à cabeça:
uma adulação repetida acabará inevitavelmente por tornar-se insatisfatória, e portanto ferirá como uma ofensa, já dizia saramago e agora digo eu.
será que com a chuva também chegou uma inocente ansiedade platónica?
épocas especiais alarmista sou meros apontamentos sublinhados com caneta flurescente?

enfim,
a verdade é que mais pó menos pó

lá se vai respirando por aqui.


por fim,
sem vestigíos de adrianices neste canto
vai não volta ainda mandas a tua cota para OPA