6.12.10

a pele que há em mim

quando o dia entardeceu
e o teu corpo tocou
num recanto do meu
uma dança acordou
e o sol apareceu
de gigante ficou
num instante apagou
o sereno do céu

e a calma a aguardar lugar em mim
o desejo a contar segundo o fim.
foi num ar que te deu
e o teu canto mudou
e o teu corpo do meu
uma trança arrancou
o sangue arrefeceu
e o meu pé aterrou
minha voz sussurrou
o meu sonho morreu

dá-me o mar, o meu rio, minha calçada.
dá-me o quarto vazio da minha casa
vou deixar-te no fio da tua fala.
sobre a pele que há em mim
tu não sabes nada.