29.1.09

O bicho papão...



A dor é uma verdadeira prisão da mente e do espírito, uma experiência de teste e ao mesmo tempo de aventura na vida de uma pessoa.
A dor não é só uma sensação, mas um estado, que se materializa dentro de nós, que se apodera do nosso íntimo. É conquistadora no mundo da falta de auto-estima e auto-destruição.
Se a superarmos seremos vencedores e se vivermos com ela seremos perdedores.

Existem muitos tipos de dor. Na verdade os caminhos em que a dor nos pode confrontar são incontáveis. Existe a dor momentânea, a dor de longo prazo que é um pouco menos confortável, a dor mais leve e a dor de duração prolongada e agonizante. Existe a dor física, a dor mental, a dor emocional, e a dor espiritual. Nesses quatro tipos basilares de dor, podem haver possibilidades ilimitadas de caminhos distorcidos que nos podem perturbar a todos os níveis possíveis da nossa realidade, da vida consciente, ou subliminar.

Ver como lidamos com a dor em cada momento da vida mostra-nos com que profundidade o nosso carácter experimental e mesmo a nossa disciplina se desenvolveu, e a que ponto pusemos o nosso centro Espiritual, o nosso núcleo de crenças e valores, em teste.
Nestas alturas comprova-se o amadurecimento adquirido por nós ao longo dos anos que já vivemos.

Muitos dizem que a sabedoria é termos uma atitude positiva para com a vida e assim a dor crónica não se irá apoderar de nós.
Mas na verdade, o Nirvana está em reconhecer o porquê na dor, perceber o que a está a manter viva. Aceitar a responsabilidade pessoal pela façanha da nossa dor, liberta-nos de alguns aspectos mais negativos e dos seus efeitos. Isto com certeza é cura. A responsabilidade pessoal pela nossa dor na vida, são necessárias para nos libertar da própria dor. Só assim nos podemos libertar das cadeias consecutivas e viciosas em que a dor nos colocou.

Tenho dores que me perseguem, dores que não entendo, que não consigo identificar os seus porquês e as suas causas. Fantasmas dos quais me anseio exorcizar….