11.6.10

beijo.te e digo adeus



abres a boca e quase consigo ver ondas de espuma negra como os teus pulmões.
a felicidade foi da boa e da verdadeira da que trouxe paz e voltou a despertar a pele que se encontrava adormecida e dormente. mas agora com a desculpa de que respeitas quem não pede respeito, desrespeitas a minha opinião. apontas o dedo e acusas e trazes ameaças na cartola em vez do coelhinho branco que em tempos já lá viveu. dizes querer fazer parte do meu mundo para logo de seguida dizeres que chegámos ao final da linha e que não vai haver viagem de retorno. «vai-te sair caro». pode não haver lágrima que se consiga conter e a noite pode ter sido branca porque os olhos mais uma vez, de teimosos que são, não se fecharam e o nervoso miudinho deixou o corpo em plena roda viva. mas compreendo agora, tens razão. acabou.


usas letras maiúsculas para contrariar e minimizar e desvalorizar o que em tempos foi escrito em minúsculas. como se elas falassem alto. gritassem arrependimento. como se gritassem comigo. como ondas de espuma negra.
o teu sentir é feito de uma instabilidade que me desagrada e a tua forma de ofender para te defenderes é triste de se ver. como mera espectadora desse circo dou um passo atrás e acredito que o melhor é abrir a mão e deixar ir. que não vale a pena lutar por aquilo que não quis ficar.
por isso fica tranquilo, não precisas de me apagar, estou de saída e como menina bem educada que sou nem vou bater com a porta. é que podes enfiar-me mais do que um dedo na boca porque será pura invasão sem efeito pretendido. a minha boca nunca se vai calar.