26.2.09

Um ter de ter

“Uma ode à poesia, às metáforas, ao amor.”

Quando se fala d’O Carteiro de Pablo Neruda deveríamos tropeçar nas palavras que ecoam faladas e escritas. Palavras separadas por um suspiro e outro, palavras que nos abraçam a alma. Tudo isto na certeza de se estar a descobrir um mundo novo ou a aprender a vê-lo aprecia-lo com outro folgo. Devíamo-nos arrebatar com cada palavra, de forma a que nos soubesse tão bem, que a guardaríamos apenas para as ocasiões especiais...



Pablo Neruda: Man has no business with the simplicity or complexity of things.
...
Pablo Neruda: When you explain poetry, it becomes banal. Better than any explanation is the experience of feelings that poetry can reveal to a nature open enough to understand it.
...
Mario Ruoppolo: Poetry doesn't belong to those who write it; it belongs to those who need it.
...
Pablo Neruda: Even the most sublime ideas sound ridiculous if heard too often.
...
Mario Ruoppolo: So what if we break our chains? What do we do then?







"É assim que te quero, amor,
assim, amor, é que eu gosto de ti,
tal como te vestes
e como arranjas
os cabelos e como
a tua boca sorri,
ágil como a água
da fonte sobre as pedras puras,
é assim que te quero, amada,
Ao pão não peço que me ensine,
mas antes que não me falte
em cada dia que passa.
Da luz nada sei, nem donde
vem nem para onde vai,
apenas quero que a luz alumie,
e também não peço à noite explicações,
espero-a e envolve-me,
e assim tu pão e luz
e sombra és.
Chegastes à minha vida
com o que trazias,
feita
de luz e pão e sombra, eu te esperava,
e é assim que preciso de ti,
assim que te amo,
e os que amanhã quiserem ouvir
o que não lhes direi, que o leiam aqui
e retrocedam hoje porque é cedo
para tais argumentos.
Amanhã dar-lhes-emos apenas
uma folha da árvore do nosso amor, uma folha
que há-de cair sobre a terra
como se a tivessem produzido os nosso lábios,
como um beijo caído
das nossas alturas invencíveis
para mostrar o fogo e a ternura
de um amor verdadeiro. "




Depois de quinze anos finalmente em DVD!