14.6.09

Luminoso e peregrino amor
Venha depressa o teu reino fugidio
Sejam trombetas onde era rumor
Seja o vulcão onde existia frio.


unifica-me, dá-me a Tua graça,
embriagez que vem e nunca passa.
quero rasgado o véu da ameaça
e sorver depressa a minha taça


quero desertar de dentro de mim mesmo
em agonizantes prefumes me banhar
quero a vertigem de cavalgar a esmo,


arrebatar a lua ao próprio luar
tirar-te a máscara ó face amada
ver-te em tudo e não ver mais nada

Adalberto Alves in "A Noite do Destino"