14.6.09

Pensamentos de Domingo, frouchos e peganhentos


Despida de medos e máscaras. Frágil, contudo, mais forte. Galvanizo para não retardar, acredito sem nada querer.
Tudo obtém um novo sentido, um novo plano: a necessidade de acreditar, que a felicidade também pode existir no singular.

A mudança não é bem vinda. O meu corpo não se ajusta, a minha mente não acompanha. Dos buracos que ficaram, abertos, escancarados à má sorte, não se vê cura.
Pessoas insubstituíveis e incomparáveis continuam a ser saudosos à minha pessoa. Pessoas que mudaram o meu propósito. Pessoas feitas de areia para a minha capacidade, que aumenta todos os dias o seu engenho, a sua destreza.

Não vos quero largar da mão.
Não quero ficar pávida e serena, quero agir.
Quero que os km’s mirrem, quero que um oceano desapareça e quero que aconteça um mimetismo libertador às tuas inseguranças. Quero que tudo volte a ser como era.

Imperfeito mas presente.

Intranquila, num comprometedor desassossego, porque, afinal, há coisas que ganham maior dimensão por falta de palavras ditas ao coração, com o coração.
Assuntos varridos para debaixo do tapete, assuntos entregues a um esquecimento que não chega. Que tarda e vai corroendo.
Sei que são pensamentos de Domingo. E como todos os pensamentos de Domingo, frouxos e peganhentos, mas autênticos.

Se ao menos as palavras fossem proferidas, sem vergonhas, sem medo do ridículo ou do demasiado. Se ao menos, as minhas mãos se recusassem a deixar fugir. Se ao menos, elas fechassem, com força para não deixar passar, entre dedos, toda a areia que a minha capacidade se sabe, capaz de carregar.