22.3.09

2ª via da morte anunciada


E sem aviso prévio já depois da morte anunciada, aparece com palavras caídas em domínio público, arriscando críticas do que entre oxímoros e presunções elitistas mais se poderão aproximar a mal-dizentes, mas como que a reiterar a promessa de não desaparecer, usa o pleonasmo com uma pitada de mau gosto em representação.

Recebo-o com um prolapso da válvula mitral ao constatar o caminho inóspito que dai advém, reajo com impulso de fera ferida ao mostrar que quem nasce torto, tarde ou nunca se endireita.

Todo o encanto do momento passado, com palavras envergonhadas e escondidas. De roupas espalhadas pelo chão como pequenas migalhas a marcar o caminho de passagem para outro mundo. Da repetição dos clichés que não o são. Das mãos de fada e olhares penetrantes. Da pausa de dois segundos e meio quando na despedida o lábio de baixo descai e fraco implora para ser beijado.
A troca de segredos e confissões, a cumplicidade já outrora partilhada, perdem todo o conteúdo.

Com a queda de toda a esperança acumulada, com a consciência que as vontades não podem ser impostas. Cresce dentro de mim a impotência das mãos atadas.

Chega 2ª via da morte anunciada.