9.3.09

As minhas pessoas

Há coisas que se aperfeiçoam com o tempo.
O respeito pelo outro, mesmo que o outro se situe nos nossos antípodas políticos e ideológicos. As horas de discussões duras. De tensões. De acusações mútuas.
Mas nunca, em nenhum momento, tive dúvida de que: aquela pessoa merecia o meu respeito por acreditar naquilo que defendia, apesar de eu achar que estava errada e de não desistir de lho provar.
A dinâmica que faz com que duas pessoas encontrem um elo, pode aparecer com diversas formas. As pessoas que atracam na nossa alma, não têm de ser, obrigatoriamente, as pessoas que compartilham os mesmos gostos e que nos dizem que sim, que compartilham os mesmos sonhos e desejam os mesmos objectivos. Para mim as pessoas mais interessantes, são as que me desafiam. Que se atrevem a cutucar as minhas convicções, as minhas objecções, os meus argumentos.
Essas sim. São as pessoas que quero manter na minha vida. As pessoas que realmente amo por serem tão verdadeiras.

Hoje um amigo disse-me o quanto sou indispensável para ele. Senti-me importante.
Estamos os dois lado a lado, mas vemos horizontes diferentes.
Não interessa, nada interessa a partir do momento em que mostras, que entre nós, no fundo, nada mudou.

Continuo preocupada no entanto, com uma amizade distante. Tenho lutado incessantemente com o meu jeito meio tosco para não a perder. Prezo-a demasiado para isso. Mas por outro lado, acho que os meus gestos não são acarinhados.
Vou voltar ao que fiz por algum tempo. Vou dar espaço, se sentir saudades da minha amizade. Voltará.