1.3.09

Por agora, assim

Cerrada em mim, procuro por fim a tranquilidade. Possível de existir, impossível para mim, até agora, de alcançar.
Penso que, deixando de acreditar, deixo de sofrer, mas entendo que o tornar a minha alma e corpo frígidos ao mundo, não me vai trazer o conforto pretendido. Não me vai redireccionar ou redefinir caminhos mais felizes e menos revoltos. Talvez sim, para caminhos mais isolados.

Pensamentos antinómicos lutam por uma razão.

O meu credo é o amor. E com amor vou concluir o que me está traçado. Mesmo com este paradoxo do querer e não querer, do ser e não ser a viver dentro de mim, a alimentar-se da minha mais pequena fraqueza e insegurança.
Sei que gostaria de fazer uma mudança, uma mudança tão drástica que me desse o alento do novo. Que me desse o cheiro a estriar de algo maravilhoso.
Quero, preciso voltar a sentir o ar delicado para respirar, e não, ofegar. Temo que o ansiar, me bloqueie o que está para vir. Que só eu própria seja a culpada da minha privação de felicidade.

Do que quero e procuro, subtraio o que perdi pelo caminho, deixando assim, muito pouco pelo qual me agarrar.
Só as notas musicais acompanhadas por palavras com um sentido perfeito ao meu estado, me fazem a companhia perfeita. Este tem sido o meu refúgio do universo físico. As ondas de som amansam o meu ser. Hipnotizam as minhas dores e adormecem as saudades.