10.3.09

Tu, tal como o manjerico


A verdade é que sou rapariga de me alegrar com pouco.

O sabor a felicidade, vem com Samuel Úria e a sua barbarella a tocar numa rádio mal sintonizada e cheia de interferências.
Acarinhada, quando marco um encontro e enquanto me aproximo, vejo o sorriso na cara de quem me aguardava avançar para mim como que a dar-me as boas vindas.
Tráz-me um sorriso escondido, o barulho dum disco riscado e a agulha que teima em não avançar.
Um enorme prazer, quando acordo com os raios de sol a trespassarem-me as pálpebras. E uma eterna curiosa, quando quero saber o que está por detrás do manjerico e do seu cheiro somente obtido por toque.
O manjerico é a prova que, de facto, um pequeno gesto faz toda a diferença. E isso… faz-me sentir compreendida.

Talvez por me sentir contente, feliz com tão pouco. O tão pouco seja capaz de me magoar.

Hoje senti-me magoada.

Mas a ti que longe estás, de mim que aqui te espero, da minha boca terás sempre o sorriso de boas vindas. Terás sempre a mão que faz a agulha ultrapassar.
Serás sempre o Sol que não me aqueceu, mas que me disse bom dia num elevador lento para o 5º andar.
E acredito que a única pessoa que conheço, que saberá qual a explicação do facto do manjerico.

Tenho saudades das discussões debatidas e de aprender contigo. De querer saber mais por mim e para nós, através de ti. Dos almoços não treminados por enjoos provocados de informações utilmente dispensáveis. Tenho saudades de haver da tua parte, uma necessidade de me provocares uma reacção.

Tenho saudades de, além do manjerico, tu seres dos poucos me compreendiam.